Cunhar algumas letras à tinta sobre o papel é algo libertador.
Se o cosmo ofereceu asas ao homem, com certeza elas são as palavras, e a poesia é o céu.
As estações da vida vão passando, cada uma com seu colorido ou temporal únicos.
O que lemos nos escritos do meu amigo Marcony Alhadas são estações de uma
juventude que chega aos pórticos da maturidade. Pelos versos, lemos os medos, as angústias e as vitórias de uma caminhada feita através de escolhas próprias.
Uma trilha de rimas que permitem, a cada curva, uma identificação com o que todos
temos de mais natural. O nosso não saber ser, a dúvida do que é, e o que poderia advir.
Os escritos são construídos numa levada intimista que revela as dicotomias do autor entre seus princípios e valores, e as convenções e impositivos da vida moderna.
Tem espiritualidade em cada verso! É preciso lê-los orando para se extrair a verdade expressa em suas poesias. O meu amigo é daqueles que nos dão prazer em tê-lo
por perto. Que têm nos olhos a curiosidade que não consegue guardar só para si. Contagia a todos com os mais diversos porquês.
Posso garantir que a leitura de seus poemas levará o leitor a um estado de suspensão inevitável. É como se estivéssemos na ponta de um trampolim, desses bem altos,
e lá de cima pudéssemos divisar a piscina de letras vivas que boiam em águas calmas.
Mas é preciso e prazeroso mergulhar “com” a cabeça. Marcony traz para nós uma coletânea de primeira linha para quem quer se desvendar e se conhecer pelos caminhos da poesia.
Vão se identificar com os poemas todos aqueles que já estiveram em algum momento na vida à frente das questões mais profundas do existir humano.
Contudo será possível ao leitor perceber um Deus de esperança e consolo a cada
final de página. Quem sabe até senti-Lo bem próximo...
No conteúdo deste livro, você vai encontrar mais que rimas e métricas. Vai encontrar uma forma diferente de se auto ler, em intimidade.
Encantamento e frescor se misturam com o arroubo e a contestação de emoções
profundas e reais.
Um poeta humano, colocando humanidade em cada palavra. Um espírito eterno,
rasgando o verbo com intensidade e brilho, a fim de encontrar seu próprio eu.
Kiko Loçasso
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